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Por que damos presentes de casamento?

 

 

O casamento é o início de uma nova vida. Para nós, não há nada mais natural do que presentear os noivos para ajudá-los a iniciar essa nova etapa. E vocês sabiam que essa ideia é bastante antiga? Acompanhe um pouco da história dos presentes de casamento abaixo.

 

NO INÍCIO ERAM OS DOTES

As noivas, antigamente, tinham um preço, que era pago à sua família em forma de terra, animais e outros tipos de riqueza. Temos que ter em mente que os casamentos tinham prioritariamente um motivo econômico. A ideia de casamento por amor é bastante posterior.

As famílias queriam assegurar um futuro bom para as suas filhas. Além disso, a organização política era bastante diferente; não havia um Estado da maneira como conhecemos hoje, então a ideia de auxílio financeiro aos cidadãos não existia. Portanto, cabia ao noivo e à família da noiva garantir um bom futuro à esposa.

 

ENTÃO FORAM OS BAÚS

Por volta do fim da Idade Média, surgiram os baús de casamento. Na Itália, esses baús eram conhecidos como “cassone”, que os pais davam para sua filha. Na época, era o principal móvel da casa. Podiam ser entalhados ou pintados, e geralmente eram ricos em detalhes.

Na cultura árabe, há uma vasta documentação que data desde o século IX em que se mencionam baús de casamento. Eram chamados “muqaddimah”, e continham os pertences da noiva; o “sunduq” continha outros bens que ela levaria para sua nova vida.

Já no período da Renascença, eles estavam bastante difundidos, e essa espécie de tradição durou até o final do século XIX e início do XX, inclusive no Brasil – e é daí que vem a expressão “golpe do baú”, se referindo ao casamento por interesse material. Afinal, o baú é que continha o dote.

 

E HOJE SÃO AS LISTAS

Em 1924, a loja Marshall Field’s, hoje conhecida como Macy’s, criou a primeira lista de presentes de casamento. Apesar de haver a suspeita que havia listas de presentes já em 1901, não há documentação que sustente essa especulação. De todo modo, foi a Marshall Field’s que popularizou a ideia. Antes disso, o hábito de presentear os noivos era visto como opcional. As listas ajudaram a tornar isso praticamente uma norma. Lembrando que, ainda hoje, presentear os noivos é opcional – mas a etiqueta nos ensina que é de bom tom fazê-lo.

De todo modo, as listas surgiram quando os casamentos começaram a deixar de ser um evento pequeno somente para os conhecidos. Muitas pessoas consideram as listas inapropriadas, porque vão contra a ideia que se costuma ter de presentes, inclusive promovendo a ideia de obrigatoriedade que não deveria ter. Mas, opiniões à parte, é um recurso bastante comum e já é aceito como um costume bem estabelecido em nossa cultura. Elas ajudam a evitar presentes repetidos e outros transtornos. E é muito prática, não é?

 

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